As informações coletadas irão auxiliar as estratégias de conservação das espécies, além de orientar investimentos para proteger áreas importantes em todo o hemisfério e contribuir para a ciência e preservação ambiental.
FOTO: Equipe na estação de processamento durante a captura. (Foto: Tamiris Lima, técnica de monitoramento PAM)
O Projeto Aves Migratórias (PAM), uma iniciativa conduzida pela ONG Aquasis em parceria com o Programa Petrobras Socioambiental, por meio de colaboração internacional em prol da conservação de ecossistemas costeiros que se desenvolve ao longo de muitos anos, vem coordenando uma pesquisa com o objetivo de aprofundar estudos sobre a ecologia e comportamento migratório das aves limícolas globalmente ameaçadas que habitam o litoral das regiões Norte e Nordeste do país, utilizando transmissores de rastreamento.
O processo envolve a aplicação de anilhas metálicas, bandeirolas coloridas e transmissores de rastreamento, que são instrumentos de pesquisa para estudar o comportamento e ecologia dessas aves limícolas, além de acompanhar suas tendências populacionais. Com o equipamento é possível visualizar os movimentos locais e trajetos das aves, e no caso de uma nova tecnologia de aparelhos com uma pequena placa solar e uplink de satélite baseado na sistema de posicionamento global (GPS), utilizada pela primeira vez nesta campanha, a pesquisa pretende fornecer coordenadas mais exatas para mapear suas rotas migratórias e identificar outras locais cruciais, como áreas de alimentação e descanso.
“Através da colocação de uma mochilinha contendo um rastreador GPS é possível entender melhor os padrões de movimentação dessas aves. Ou seja, esse equipamento revela a posição exata por onde os animais percorrem e mostrando que eles voam por uma grande parte da América do Norte e Sul, alguns ficando um tempo prolongado no Ceará para comer e descansar”, destaca Rafael Becker, Agente de Planejamento do PAM.
FOTO: Vira-pedras (Arenaria interpres) com o transmissor instalado (Foto: Onofre Monteiro, coordenador de monitoramento PAM)
A pesquisa foi desenvolvida no Sítio Banco dos Cajuais da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, conhecido pela sigla WHSRN, em inglês, localizado em Icapuí, Ceará. Os primeiros estudos no Brasil, se iniciaram nessa região em 2016, devido aos esforços de uma equipe de especialistas parceiras da ONG Aquasis que utilizaram técnicas de marcação e rastreamento para estudar aves limícolas.
Parceria internacional
A expedição contou com a colaboração de Julie Paquet, especialista em aves limícolas do Environment and Climate Change Canada / Canadian Wildlife Service, destaca-se pelo comprometimento com a conservação dessas aves na região Atlântica do Canadá. Composta por outros especialistas e estudantes de pós-graduação alinhados aos objetivos do PAM, a equipe aborda temas como uso de habitats costeiros, contaminação por microplásticos, comportamento migratório e dieta das aves. Essa colaboração visou não apenas coletar dados valiosos, mas também compreender as dinâmicas ambientais que impactam as aves limícolas na região nordeste do Brasil. O engajamento da equipe não só amplia a capacidade de pesquisa, mas também promove colaboração e educação, treinando a próxima geração de cientistas.
“Esta colaboração entre Aquasis e o Environment and Climate Change Canada / Canadian Wildlife Service desenvolveu ao longo de muitos anos de intercâmbio profissional e compartilhamento de conhecimento científico para fins de auxiliar os vários planos de conservação de aves limícolas ao longa das suas rotas migratórias", afirma Jason Alan Mobley, Coordenador Técnico do PAM.
A iniciativa da ONG Aquasis representa um esforço conjunto e colaborativo para promover a sustentabilidade e a preservação da vida selvagem, destacando a importância de intervenções integradas para enfrentar desafios ambientais complexos e embasando processos de políticas públicas em unidades de conservação no país.
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